top of page

Trecho do livro 'Outras Paragens'


(Foto: Dimitri Lee)

Solidão

A construção do casarão que ficará para José e Maria Clara fez de Tomei um homem praticamente realizado. Mas, pouco antes, desde que ficara viúvo, fora percebendo, de tempos em tempos, o quanto se sentia só. Foi então se vendo cada vez mais pensativo, ao ver um touro cobrindo uma vaca, por exemplo, ou o seu alazão a cobrir o animal da raça dele, e mesmo um cachorro, passarinho ou inseto...

Sim, ele bem sabe, como todos os que vivem também sabemos, que o homem é um animal que trepa, e se angustia e murcha quando não tem por perto o depositário de sua semente. Ele precisa de amor, e do amor de alguém que esteja próximo... Já não tem a ilusão de que estar ainda só é o que fará relacionar-se com outras tantas mulheres que aparecerem, e que isso possa se dar apenas por amizade. Pelo contrário, a falta que sente é de uma companheira de verdade, e que só de poder abraçar alguém à noite, durante o sono, já valeria a pena estar casado de novo.

Segundo casamento

A amizade com Florência, mãe de Maria Clara, tinha momentos de sutileza que só os dois sabiam... Sim, porque uma visita se faz quando se tem um pretexto, e esse pretexto os dois conseguiam construir, e arrumar-se, sempre, sem que outros os estivessem observando...

– Tomei, se precisar de farinha para sua casa, temos aqui uma boa reserva....

– Obrigado, Florência. Outro dia cacei um tatu e tratei de salgá-lo logo, mas não deve durar muito. Comê-lo sozinho seria um desperdício, então resolvi oferecê-lo a você e a Chica...

(...)

(Foto: Dimitri Lee)

(In. 'Outras Paragens'. Filipe Moreau. Capítulo 10. "Viuvez e filhos 'naturais'". pg. 165.)

O romance 'Outras Paragens' está à venda em: www.laranjaoriginal.com.br/product-page/outrasparagens

Destaque
Recentes
Siga-nos
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Social Icon
  • Instagram Social Icon

Faça parte da nossa lista de emails

Nunca perca uma atualização

bottom of page