Guilherme Dearo une em Um lugar qualquer duas artes – fotografia e poesia – que têm em comum algo muito especial: a revelação. Uma imagem nos revela “o momento decisivo”, como chamou Cartier-Bresson, que fica congelado no tempo. Um poema nos revela um novo sentido relacionado à linguagem, algo inaugural. As duas juntas, aqui, nos dão uma coleção de fotos-poemas que transbordam humanidade nos seus gestos cotidianos, em brincadeiras de crianças, grupos de amigos ou poses arranjadas. Os poemas recriam as imagens e vice-versa. Com o livro nas mãos, sentimos o “esmagamento do tempo”, como chamou Roland Barthes, quando passado (momento em que a foto foi tirada) e presente (quando está sendo observada) se confrontam e se confundem. E podemos acrescentar, talvez, um futuro. O “sonhar com o próprio futuro”, como diz um dos versos de Dearo, já que o autor, com o poema, imagina algo que vai perdurar na mão de uma geração futura ou na memória do leitor. Partindo sempre de uma concretude (algo que costuma ser base sólida para os bons poemas), num tom bem-humorado e gentil, Dearo recria, num trabalho preciso com a linguagem, imagens perdidas em feirinhas de antiguidade que não podem mais ser contextualizadas com exatidão. Mas podem, sim – daí a alegria que nos dá este livro – fazer par e gerar algo novo com estes curtos e belos poemas.
Michaela Schmaedel
FICHA TÉCNICA
Poesia visual
Páginas 72
Formato 13 x 20 cm
ISBN 978-65-5312-019-8
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R$70.00Preço
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