O corpo fala. E quando não fala, lateja. Neste livro, não há verso inocente: cada palavra é um corte, cada pausa, um fiapo de sangue estancado na beira da boca. meu corpo é testemunha, de Mauricio Rosa, não descreve — encosta. Não narra — atravessa.
Os poemas carregam a língua do Brasil mais fundo: fala de beira de estrada, feira, beco, terreiro. Misturam o rude e o terno, o facão e o cafuné, o rastro da reza e o estilhaço da blasfêmia. Há pólvora e saliva, sexo e santidade, tudo num mesmo sopro.
Aqui, o verso é chão batido, é vento que levanta poeira, é pele que guarda marcas. A cadência vem de quem aprendeu a falar com as mãos, com os dentes, com o corpo inteiro. O poema se deita e se levanta como quem combate e ama no mesmo gesto.
A leitura deixa vestígios — arranha, lambe, fere, consola. Porque o corpo, quando testemunha, nunca volta ileso.
FICHA TÉCNICA
Gênero Poesia
Páginas 88
Formato 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5312-024-2
top of page
R$70.00Preço
Nossos livros
bottom of page










































