top of page

Resultados da busca

57 itens encontrados para ""

  • Algumas palavras sobre Pier Paolo Pasolini

    'Pasolini dizia que "barbárie" era a palavra que ele mais amava. Não à toa, a palavra rima com esses tempos duvidosos e rasos de linguagem superficial. O estudo da obra desse fundamental e visceral poeta e cineasta é imprescindível. Afinal, vivemos em constante estado de espanto, tempos apáticos, midiáticos e de ideologias duvidosas. Questionador e intelectual, Pasolini nos evoca questões extremamente contemporâneas mesmo quarenta anos depois de sua morte. Percorrendo vida e obra de uma das personagens mais controversas e polêmicas da história do cinema, esse livro pretende servir de introdução ao rico universo intelectual do cineasta, poeta, semiólogo e escritor italiano. "Pasolini, do Neorrealismo ao Cinema Poesia" pretende provocar questionamentos essenciais para a formação de um cidadão ativo e participante de sua identidade e formação cultural. Inquietações que nosso poeta já semeava no movimento neorrealista italiano, uma constante busca da linguagem cinematográfica inventiva e sem concessões, assim abrindo espaço para o surgimento do cinema autoral, seu Cinema Poesia.' (Ilustração: Marcos Garuti) Davi Kinski falando sobre seu livro 'Pasolini, do Neorrealismo ao Cinema Poesia'. Publicado pela Laranja Original. À venda em: www.laranjaoriginal.com.br/product-page/pasolini #davikinski #paolopasolini #cinema #biografia

  • Trecho do livro 'Outras Paragens'

    (Foto: Dimitri Lee) Solidão A construção do casarão que ficará para José e Maria Clara fez de Tomei um homem praticamente realizado. Mas, pouco antes, desde que ficara viúvo, fora percebendo, de tempos em tempos, o quanto se sentia só. Foi então se vendo cada vez mais pensativo, ao ver um touro cobrindo uma vaca, por exemplo, ou o seu alazão a cobrir o animal da raça dele, e mesmo um cachorro, passarinho ou inseto... Sim, ele bem sabe, como todos os que vivem também sabemos, que o homem é um animal que trepa, e se angustia e murcha quando não tem por perto o depositário de sua semente. Ele precisa de amor, e do amor de alguém que esteja próximo... Já não tem a ilusão de que estar ainda só é o que fará relacionar-se com outras tantas mulheres que aparecerem, e que isso possa se dar apenas por amizade. Pelo contrário, a falta que sente é de uma companheira de verdade, e que só de poder abraçar alguém à noite, durante o sono, já valeria a pena estar casado de novo. Segundo casamento A amizade com Florência, mãe de Maria Clara, tinha momentos de sutileza que só os dois sabiam... Sim, porque uma visita se faz quando se tem um pretexto, e esse pretexto os dois conseguiam construir, e arrumar-se, sempre, sem que outros os estivessem observando... – Tomei, se precisar de farinha para sua casa, temos aqui uma boa reserva.... – Obrigado, Florência. Outro dia cacei um tatu e tratei de salgá-lo logo, mas não deve durar muito. Comê-lo sozinho seria um desperdício, então resolvi oferecê-lo a você e a Chica... (...) (Foto: Dimitri Lee) (In. 'Outras Paragens'. Filipe Moreau. Capítulo 10. "Viuvez e filhos 'naturais'". pg. 165.) O romance 'Outras Paragens' está à venda em: www.laranjaoriginal.com.br/product-page/outrasparagens #OutrasParagens #livro #romance #romancehistórico

  • 'Um incômodo vital' - prefácio sobre Pasolini no livro de Davi Kinski

    “Pasolini, do Neorrealismo ao Cinema Poesia”, de Davi Kinski, com ilustrações de Marcos Garuti será lançado em 03 de setembro, sábado, das 18h às 22 h, na 24a Bienal Internacional do Livro, no estande da editora – M 87 O escritor, crítico e professor de cinema, Franthiesco Ballerini escreveu o instigante prefácio do livro. Leia: O cineasta dinamarquês Lars Von Trier disse, uma vez, que “um filme deve ser como uma pedra no sapato”. Ou seja, ele deve ser tão marcante na vida do espectador que não se pode dar um passo sem pensar em sua incômoda existência. Cineastas como Lars e o austríaco Michael Haneke, dois dos diretores vivos que mais admiro, só fazem filmes da forma como fazem hoje porque, lá atrás, na sofrida Itália pós-Segunda Guerra Mundial, Pier Paolo Pasolini começou a fazer uma escola. Uma escola que virava as costas para o cinema entretenimento, cinema este que utiliza subterfúgios de enquadramentos, roteiro, fotografia e atuação para emoldurar de forma falsa o sexo e a violência. A escola de Pasolini, por sua vez, só foi possível porque outros italianos, especificamente Roberto Rossellini e Federico Fellini, abriram o maior movimento cinematográfico de todos os tempos, o Neorrealismo Italiano, também trabalhando com pedras no sapato, dilacerando a desigualdade social do pós-guerra, pondo fim à tola dicotomia Bem x Mal — tão comum no cinema de Hollywood —, mas, acima de tudo, dando grande poder à imagem. Porque cinema se faz com imagem. Um enquadramento benfeito, um plano-sequência bem escolhido podem dizer muito melhor do que narrativa em off ou diálogo. É assim com a belíssima imagem do pai segurando a mão do pequeno filho, debaixo dos escombros de Berlim, ouvindo a voz de Hitler no disco, em Alemanha, Ano Zero (1947), remetendo ao fantasma do nazismo, à luz no fim do túnel, à inocência da criança e ao medo do adulto. Tudo isso em uma imagem. Pasolini, no entanto, não se acomodou a dar os braços para os criadores do movimento. Quis ir além, e para isso brigou, rompeu e foi criticado. Se o católico Rossellini desnudava a desigualdade numa visão de esquerda pós-nazismo, e o nostálgico Fellini falava da realidade dos “sem-bicicleta”, as classes mais altas, Pasolini colocou sua pedra onde mais incomoda os conservadores: a real violência — física e simbólica — e o sexo sem luzes, música ou enquadramentos. O sexo proibido: a homossexualidade, razão de sua perseguição e morte. Ainda que Pasolini tenha nascido nas letras escritas, na poesia, e migrado depois para o roteiro, é admirável como pode uma mesma pessoa ser igualmente genial na forma e conteúdo escrito, como nas escolhas imagéticas e tudo o que eles envolvem: atuação, fotografia, composição de arte, e, claro, roteiro. O que só demonstra que Pasolini não rompe com os criadores do Neorrealismo sob a ótica da importância da imagem como narradora de histórias, mas sim, na angulação dos filmes, a escolha dos temas e o foco narrativo. Diria, até, que Pasolini vai além de mestres predecessores como Jean Renoir, que, embora tenha obras-primas como A Regra do Jogo (1939), era demasiadamente focado no diálogo, nas entrelinhas, condizente com o movimento que ele ajudou a fundar, o Realismo Poético Francês, um predecessor importante do próprio Neorrealismo Italiano. Cinema, no entanto, é narrar por imagens. São elas que devem gritar nos olhos do espectador, tornando-o ativo durante todo o processo narrativo. Pasolini era um grande mestre nisso, e para citar um exemplo — um filme dele que talvez não seja o maior, mas que me tocou profundamente — falemos de Teorema. Teorema é uma gigante pedra no sapato da família burguesa italiana dos anos 1960, bem como das instituições conservadoras. Pasolini escolheu um ator, para interpretar o rapaz que muda radicalmente a vida daquela família, com um semblante parecidíssimo ao Jesus que a Igreja Católica pintou ao longo dos séculos — loiro, olhos claros, pele clara. Uma grande provocação à Igreja, ao mesmo tempo em que, também, uma grande homenagem. Pois este rapaz faz toda a família jogar fora as blindagens dos seus próprios valores. Do pai industrial que começa a questionar seu apego ao poder e ao dinheiro, da esposa que questiona a monotonia e monogamia da instituição casamento, do filho que descobre a homossexualidade etc. O filme nasceu de um romance, que por sua vez nasceu de um poema de Pasolini, em 1968. No entanto, muito além de ver um excelente trabalho de roteiro adaptado nas telas, vê-se uma escolha criteriosa de imagens que, poeticamente, vão traçando a dor e o desejo daquela família. Da empregada que pede para ser enterrada e cujas lágrimas vão inundando seu corpo, ao pai industrial que, na cena catártica final, anda nu sobre um solo desértico que parece queimar sob seus pés, numa mistura mística de céu e inferno, prisão e libertação. Não se trata de uma obra que lhe dá estas respostas prontas. Assim como todo o resto do bom cinema de autor europeu pós-Neorrealismo Italiano, os filmes modernos sugerem, mas não aprisionam significações. O que torna a obra de Pasolini ainda mais eterna. Como uma poesia, pode ser lida e relida de diversas formas. Vista no ano em que foi filmada, em 1968, dialogava diretamente com as revoluções sociais e sexuais daquele momento. Mas em pleno século XXI, Pasolini nos lança perguntas incômodas: Que tipo de produtos audiovisuais estamos consumindo? Meio século distante de suas principais obras, qual é o legado de sua originalidade? Por que o mundo, após consumir o realismo cortante de suas cenas de violência e sexo, ainda considera bom entretenimento cafonices audiovisuais como 50 Tons de Cinza? Mudando para o campo da violência, como alguém é capaz de ser um voyeur ávido por sangue em caça-níqueis sanguinolentamente divertidos como Velozes e Furiosos tendo havido um diretor que mostrou como é a violência de verdade? Por que os filhos de Pasolini — Lars Von Trier e Michael Haneke — são tão raros? Ouso responder, de forma dupla: Pasolini não é reproduzível, não tão facilmente, mesmo após cinquenta anos. Não basta decupá-lo, dissecá-lo semioticamente. Para ser Pasolini, é preciso dar o salto que ele deu à sua época. Quem é capaz de fazê-lo hoje? Por fim, outra hipótese: sua raridade neste mundo reside no fato de que vivemos no século no qual a tecnologia, a comida, os quartos de hotéis, os canais de TV e até as escolas buscam nos blindar de conforto e segurança. Ser um cineasta pedra no sapato não é o primeiro objeto de desejo público mundial. Pode ser. Mas em tempos de ataques terroristas vitimando cada esquina do globo, com a fé matando por questões políticas, sexuais e religiosas, Pasolini se tornou um incômodo vital. O Livro 'Pasolini, do Neorrealismo ao Cinema Poesia' de Davi Kinski com ilustrações de Marcos Garuti está à venda em nossa loja virtual no link: www.laranjaoriginal.com.br/pasolini E será lançado na Bienal do Livro, estande M87, dia 03.09 a partir das 18h. Confira: www.facebook.com/events/1646014145713037 #livro #cinema #pasolini #davikinski

  • Pré-lançamento do livro 'Caça ao Esnarque' na Bienal de São Paulo

    CAÇA AO ESNARQUE, obra escrita por Lewis Carroll, criador de Alice, ganha primeira edição no Brasil, pela editora Laranja Original, na 24ª Bienal Internacional do Livro Lançamento na 24ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, no estande da editora – M 87. Com tradução de Alexandre Barbosa de Souza e Eduardo Brigagão Verderame, Caça ao Esnarque - publicado originalmente em 1876, na Inglaterra - tem ilustrações de Gosia Bartosik Publicado originalmente em 1876, na Inglaterra, este pequeno livro é um épico do nonsense. Trata-se de um longo poema escrito por Lewis Carroll com alguns dos mesmos personagens do poema Jabberwocky, citado em "Alice através do espelho". Dez personagens viajam em busca de um ser imaginário, o Esnarque, entre eles um Castor, um Banqueiro e um Padeiro. Traduzido ao longo de dez anos pelos mesmos tradutores de "A bicicleta epiplética", de Edward Gorey, a edição brasileira da editora Laranja Original publica a obra com Ilustrações da artista plástica polonesa Gosia Bartosik e tem projeto gráfico assinado por Ana Caruso e Arthur Vergani. Sobre os tradutores: Alexandre Barbosa de Souza: Nasceu em São Paulo, em 1972. É autor de Livro de Poemas (1992), Viagem a Cuba (1999), Azul escuro (2003), XXX (2004) e 11 + 1 poemas (2012), reunidos no Livro geral (Companhia das Letras, 2013); Edifício Beatriz (2010), Doze carimbos (2014), reunidos em Vinagre (2016). Autor de Autobiografia de um super-herói (2001), Nós (2014) e Dix e Bisteca, poemas com colagens de Rita Vidal (Companhia das Letrinhas, 2013).Trabalhou como editor na Cosac Naify, Hedra, Biblioteca Azul, Azougue, Ácaro, Cachalote e editora 34 e é tradutor de obras do inglês, francês e espanhol. Eduardo Brigagão Verderame: Eduardo Verderame, 1971, nasceu e trabalha em São Paulo. Formado pela Universidade de São Paulo. Artista plástico, já fez dezenas de exposições e participou residências no Brasil, Austria, Reino Unido e Estados Unidos. Em 2010, lançou o livro "Histórias de Igrejas Destruídas", pela Editora Hedra. Laranja Original: Idealizada em 2012 por Filipe Moreau, escritor e compositor, formado em Letras e Arquitetura, pelo jornalista Jayme Serva e pela fotógrafa Miriam Homem de Mello, a Laranja Original surgiu no mercado como editora, mas também acolher projetos nas áreas da música, das artes e da fotografia. Por isso, "seus livros têm figuras, suas músicas têm poesia, suas imagens têm melodia", como afirmam seus editores. Posteriormente, entraram para a equipe a escritora e tradutora Clara Baccarin e Gabriel Mayor, fotógrafo e gestor de projetos culturais. O ineditismo de novos autores é um dos compromissos da editora, muito embora esse critério não seja um imperativo. Em seu catálogo, a Laranja Original traz autores dedicados inteiramente à poesia, bem como escritores que trabalham com ficção (ou relatos de memórias), estudos de obras e biografias, contos eróticos, entre outros gêneros. Além da qualidade editorial mantida por sua equipe, a Laranja Original conta ainda com a colaboração de artistas renomados que garantem a excelência gráfica de seus livros impressos. Pré-venda em: www.laranjaoriginal.com.br/#!product-page/i6tbu/7c6206af-96f4-4859-2043-5c30696edd75 Serviço: CAÇA AO ESNARQUE, de LEWIS CARROLL 24ª Bienal Internacional do Livro Editora: Laranja Original M 87/Pavilhão do Anhembi – São Paulo 24ª Bienal Internacional do Livro De 26 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO | 2016 Segunda à Sexta: 9h às 22h Sábado e Domingo: 10h às 22h Dia 04/09 das 10h às 21h . #livro #poema #LewisCarroll

  • 'Estela aberta' - um conto do livro 'de A a Z, eróticas'.

    Me deixa lamber os teus olhos fechados Me deixa furá-los com a minha língua pontuda E lhes encher as órbitas com a minha saliva Me deixa te cegar - Joyce Mansour, traduzida por J. Paulo Paes Fato é que todas as mulheres são abertas. Abertas ao outro, não lacradas, disse ele, com aquela postura franca e burra de quem raramente admite espaço para dúvidas em seu pensamento apressado e empobrecido pela quase total incapacidade de diálogo. Não sou prática o suficiente para chegar a resultados rápidos e definitivos só para fugir da discórdia, prefiro buscar consenso entre as partes, o que demanda tempo e disposição. A guerra eterna a opiniões que não sejam as suas faz parte do “universo masculino“, onde a teimosia reina absoluta e faz enxergar metas claras no nevoeiro. Sabemos que o macho-alfa gosta de viver perigosamente, se arrisca sem medo não apenas por causas nobres e, às vezes, é duro de engolir. Engasgamos com sapos que não passam pela garganta. Observe que são sempre sapos, nunca rãs. Perninhas de rã, ao contrário, são apreciadas como iguarias nos melhores restaurantes e saem-se bem tanto em receitas tradicionais quanto nas radicais experimentações da cozinha contemporânea. O problema é que nem todo mundo gosta e muitos ficam reticentes em experimentar. Encher linguiça, vamos e venhamos, também é um problema recorrente no “universo feminino”, assim como a dispersão e a acomodação. Deixemos para lá e voltemos, então, à questão central. Com a língua enfiada em sua orelha, argumentei que os homens são apenas um pouco mais fechados. Nos alimentamos e defecamos por buracos semelhantes. Conforme a proximidade da lente, a boca e o cu até se parecem. Melhor não confundir. Homem é homem, mulher é mulher, rebateu o bonitão lacrado, simplificando tudo mais uma vez, envergonhado pelos próprios buracos e pelo pensamento inusitado que vinculava o comer ao cagar. Não há nenhuma novidade nisso, mas poucos fazem esta ligação quando dizem que comeram uma mulher. Fico sempre me perguntando se conseguiram digerir e evacuar o que não foi aproveitado de tal “alimento” tão pouco mastigado. Não seria mais adequado dizer que são as mulheres que comem, quando estão famintas por sexo? Algumas vivem de dieta, outras nem tanto. Procurando sua boca ótima de beijar, mas da qual saíam declarações de merda, citei a filosofia dos gregos antigos que descrevia um ser primordial, feminino e masculino que se rompeu em algum ponto da estrada. O hermafrodita seria uma vaga lembrança deste estado ideal. Qual seria o ponto de maior equilíbrio na escala atual entre a total homossexualidade e a total heterossexualidade? Sem dúvida, há gente que parece assexuada e feliz, assim como há bissexuais infelizes. Ele ficou mudo e perplexo com aquela conversa fiada. Justo ele que pretendia ser mais aberto, mais feminino, e que por isso me agradava.... Mordisquei seus lábios e ofereci um pedaço de chocolate. Recusou. Difícil explicar porque gostamos tanto de um pequeno pedaço derretendo no céu da boca. Talvez seja a sensação de conforto, como se nada de mal pudesse nos acontecer naquele momento, como se a sonhada segurança se estabelecesse em um passe de mágica. O prazer imediato da droga que te envolve, encanta, te põe para dormir em paz, convicta de que morte e vida são apenas sonhados. Às vezes penso que a vida vem da morte e entendo o culto aos antepassados de várias culturas tradicionais que agradecem as gerações anteriores pela sua existência. Ele diz que eu levo tudo muito a sério. Faz parte do feminino, rebato, iniciando o processo de histeria que vai tomar conta de mim caso ele não reaja às minhas carícias. Como é possível que a solução para os meus problemas esteja no corpo do outro? Tenho que adquirir um vibrador ainda nesta semana. A tecnologia pode me deixar mais calma, pois o caralho dele não fica pendurado e disponível no armário do quarto sempre que preciso. Para aumentar o grau do feminino é necessário castrar o masculino e vice versa? As mulheres entraram no mercado de trabalho, tornaram-se mais competitivas e também mais angustiadas. Não deixaram de se preocupar com o lar, continuam somando responsabilidades e reinventando relacionamentos. Fomos perdendo a vergonha com o passar do tempo, amparadas no avanço do feminismo. Agora queremos reavaliar processos sem desperdiçar conquistas. O que importa é ser feliz, por mais piegas que isso possa parecer. De repente, ele me enche de perguntas complexas. Eu sei que a revisão é urgente, mas quero adiar esta conversa e trepar. Agora. O Livro 'de A a Z, eróticas' de Sheila Hafez está à venda em nossa loja online no link: www.laranjaoriginal.com.br/deAaZeróticas #contos #livro #erótico #erótica #sheilahafez

  • Alex Cerveny fala sobre seu segundo Prêmio Jabuti pelas ilustrações no livro 'Labirinto'

    Alex Cerveny, ilustrador e artista plástico, fala sobre o Prêmio Jabuti e sua experiência ao ganhar duas vezes em terceiro lugar. A segunda vez com as ilustrações no livro de poemas de Beatriz di Giorgi, 'Labirinto', que leva o selo da editora Laranja Original. Conheça o livro aqui: www.laranjaoriginal.com.br/labirinto #video #vídeo #alexcerveny #ilustração #poesia #poema

  • Três belos poemas de 'A Flor Lilás: Poesia'

    Lá onde há prosa Constrói-se o dito De que da rosa É feito o mito Que se renova A cada passo E posto à prova Não fica escasso Mas chega o dia Em que é reduzida E de tão reluzida Vira poesia Vale agora Honestamente Ter você em mente Pelas curvas desta estrada Em seu perfil perfeito Que eu posso imaginar Por já saber formatar E querê-lo todo em mente: A paixão vale Porque é interior E isso ninguém tira É minha A que amo agora E do próprio amar Há histórias Das que guardo na memória Que são foices de duas pontas: Uma para ferir-se e outra para ferir Mas não aquelas que me apreendem Para com elas me conhecer mais São histórias vindas de longe Lá de onde o bonde perdeu-se em curva Quando aprendo a me calar na hora certa, fico tranquilo Como esquilo que espera quieto, até ir-se o gavião A uma distância segura (Poemas de Filipe Moreau e Fotos de Miriam Homem de Mello) O livro A Flor Lilás: Poesia está à venda em: www.laranjaoriginal.com.br/aflorlilas #filipemoreau #poesia #aflorlilás #poemas

  • 2 Microcontos do livro 'Mitologia das Abelhas'

    Quadro mitológico 1 – da criação Tudo que se passa dentro de uma abelha já se passou em outra, o que não significa que tenha sido no passado, pois todo o passado e o futuro cabem no presente. Assim, não existe uma abelha que tenha sido anterior a todas as outras. Supõe-se que todo ser em forma de abelha tenha se originado de uma única ninhada que não necessariamente seria de uma abelha. A forma de abelha teria vindo de outros mundos, em que geologicamente surgiram cristais de ponta hexagonal que inspiraram a colmeia. ilustrações - Veridiana Scarpelli 4 – das probabilidades do ser Das ondas do mar vieram o tempo e as borboletas. Elas estavam sentadas, boiando sobre folhas (algumas ainda deitadas), quando, uma a uma, precisaram sair para copular e procriar, alçando voo em direção a regiões mais próprias e propícias à sua volta. Nos encontros que se seguiram, foram criadas as frases mais importantes das fábulas (como a que se lerá adiante), sendo a primeira delas uma espécie de provérbio: Das folhas que caem nenhum vento desvia. FÁBULA DO IMPROVÁVEL Estando lá o sol de olhos bem abertos, como quem anda ou acaba de dormir, a imensa massa em rotação desperta em seu nascimento para a unidade, até que vê passar mais perto do que a órbita de alguns planetas a borboleta azul. Vinda das nuvens como quem procura o pólen, em trajetória de muitos vetores, ela passa entre as árvores e se desvia dos passarinhos, mas tem no céu claro sua referência de vida. O livro 'Mitologia das Abelhas' de Filipe Moreau está à venda na nossa loja virtual, no link: www.laranjaoriginal.com.br/#!product-page/i6tbu/deb81a94-20de-dab4-3a62-1e477c927b10 #contos #microcontos #filipemoreau

  • As Fotos de Sarjeta de Miriam Homem de Mello

    A fotógrafa Miriam Homem de Mello expõe aqui na nossa loja virtual algumas de suas fotografias do projeto Fotos de sarjeta. É um trabalho super bonito e interessante! Fotos que captam das ruas, paredes, estradas, sarjetas, imagens de paisagens e personagens. O olhar aguçado de Miriam descobre poesia onde a gente menos espera e nos faz ficar degustando, com olhares detidos, as suas peças artísticas. Veja abaixo algumas de suas obras! E veja mais amostrar na nossa loja, na área Fotografia, no link: www.laranjaoriginal.com.br/#!loja/dvvm9

  • O livro 'Outras Paragens' mistura fatos históricos, imaginação, ilustração e fotografia.

    O escritor Filipe Moreau lança uma verdadeira obra de arte, o livro OUTRAS PARAGENS que mistura fatos históricos, imaginação, ilustração e fotografia. Outras Paragens é um romance histórico, mas permeado de imagens poéticas, elucubrações filosóficas feitas pelo narrador, comentários irônicos e considerações de caráter legitimamente afetuoso, de quem se dispôs a olhar de fora para esta saga familiar, vivida da segunda metade do século XVIII ao início do XX. Apoiado na pesquisa de Maria Laura da Silva Telles (o livro Ser Tão Antigo: fragmentos de uma história de família – Rio de Janeiro: GF Design, 2003), Filipe Moreau acrescenta cenas às vezes absurdas, ora embutindo nos diálogos conceitos modernos de antropologia, física quântica, ecologia, história da arte e literatura, marxismo e liberalismo, ora citando músicas do século XX (como se já existissem à época) que tratam dos mesmos assuntos abordados na história. (Ilustração - Gabriela Brioschi) Transforma assim uma história verdadeira em assuntos de pura ficção, sem deixar de reproduzir os nomes reais, as datas e praticamente todos os eventos levantados pela historiadora (incluindo suas descrições paisagísticas e análises socioeconômicas, buscadas em outros autores). Embora no romance haja preocupação em seguir-se rigorosamente a ordem cronológica dos fatos, a narrativa vai aos poucos se mostrando instável, como se viajasse para a frente e para trás, e através desse seu “anacronismo proposital” (como é chamado pelo autor) pudesse buscar os assuntos de um tempo imaginário, espécie de “passado futurista”. Trecho do livro: Pois de fato, como em qualquer contexto, o que importa mesmo é a interação do indivíduo com seu espaço externo – meio de que faz parte –, para assim poder-se levar naturalmente à troca em que todos se beneficiam. Passará a haver então o desejado equilíbrio, podendo-se esperar uma verdadeira simbiose das relações quando se pensa prioritariamente no bem comum. E nota-se isso tanto entre seres humanos como em comunidades de vacas e abelhas pois, como se sabe, tudo é, mutatis mutandis, o habitat e os habitantes. (I-6, Pecuária e fauna no sertão, p. 60) (Foto - Dimitri Lee) Filipe Moreau é autor de livros diversos como 'História da rainha e do gato' e 'A flor lilás: poesia'. Estudou Letras e Arquitetura sem nunca abandonar a música (compõe desde os catorze anos). Apresenta suas letras e poemas junto a amigos em casas de São Paulo, e trabalha como editor no grupo Laranja Original. Clique aqui para saber mais e comprar o livro OUTRAS PARAGENS #livro #literatura #OutrasParagens

  • 'Seu Olhar', uma música de 'Policarpo e sua Banda'

    4 – SEU OLHAR (Filipe Moreau) Visão Sobre o mar Cada dia mais belo O seu olhar Razão Pra sonhar Refletindo na luz De algum lugar Clarão Desse amor Imitando seu gesto Ao dar a flor Ficção Do viver Sempre entregue à vontade Do querer Bateria – Gustavo Baixo – Paulo Guitarra – Cauê Trombone – Bocato Vocal – Isabel

  • Música 'Tempos Atrás' do CD 'Policarpo e sua Banda'

    1 – TEMPOS ATRÁS (Filipe Moreau / Cauê Alves) Já se fez bem mais muitos anos atrás Com Policarpo e sua banda de brincadeira Que mostrava a sua música com o estilo De quem tinha mesmo um belo sorriso Não se importando se era tudo de ouvido Ou se diziam que enrolava ao falar Pois sabiam que ele se expressava Era pelas notas da guitarra E ele fez bem mais naqueles anos atrás Com seus amigos e a banda de brincadeira Que quando um dia pôs o pé na estrada Da janela Policarpo sonhava E a todos que o viam encantava Com aquela alegria que ele tinha na alma E foi assim levando a sorte De conhecer o seu país de sul a norte E tocava sua música com o estilo De quem nunca escondeu o sorriso E se ouvia quando era entrevistado Que aquilo que imitava era o rock londrino Ou coisa do tipo Talvez um Rollingstone Talvez um Beatle, Pink Floyd Um The Who ou Led Zepelin Na verdade ele não tinha nada disso Sempre achava que inventava aquilo tudo sozinho E foi então que resolveu aprimorar o seu estilo Ouvindo Hendrix, B. B. King, Stanley Clarke, Herbie Hancock e… Ele fez bem mais naqueles anos atrás Com seus amigos e a banda de brincadeira Bateria – Percio Baixo – Paulo Guitarra – Cauê Trombone – Bocato Sax tenor – Marcelo Vocal – Filipe

  • 'Estranhino' - Um vídeo poema de Clara Baccarin

    Estraninho Já não sei mais em que ruas ando Desconheço esses pés que flutuam Já não sei mais por onde voo E onde me habito: Cabeça, coração ou umbigo? Já não sei mais onde Pousam os pássaros Onde eu me enraízo: Mar, cama ou moinho? Da janela vejo Sobreposições de sentidos Já não lembro mais Quais as línguas das esquinas E os pratos e os ritos Já não me reconheço Fico No primeiro minuto Do despertar Esfrego os olhos em vão Todas as paredes são Estrangeiras Como se aquele pequeno espaço Que conecta Este mundo e o dos sonhos Continuasse nos meus poros Infindo E mesmo sem digerir a superfície – Na falta de familiaridade – Na falta do óbvio Caminho Tateio No escuro Como quem se habituou A nada se habituar E vive a inaugurar Mundos

  • 4 poemas do livro 'A Flor Lilás'

    Eis Aqui Lá onde há prosa Constrói-se o dito De que da rosa É feito o mito Que se renova A cada passo E posto à prova Não fica escasso Mas chega o dia Em que é reduzida E de tão reluzida Vira poesia Ave uma ave mnio- tiltídea pousou no ninho sobre uma planta gim- nosperma e mnemonizou um gimnuro gimnossomo que parecia um gnomo ou, melhor, agrônomo Se é arte, desculpe Mas essa pedra afundada É o mar que esculpe Com tanta bravura Agora mesmo na areia Fez uma gravura Foto: Gabriel Mayor

  • 'Tempo' - um poema de Mabel Velloso

    TEMPO Tempo vamos fazer uma troca? eu lhe dou as minhas rugas você me devolve o rosto jovem e limpo como ontem. Eu lhe dou cabelos brancos você me devolve os cachos negros, longos, bem sedosos assim como antigamente. Eu lhe dou a minha agenda cheia de notícias e horários e você me dá de volta meu álbum de figurinhas toma de mim a caneta, cadernos para corrigir me dá de volta os meus lápis e quadros pra eu colorir. Eu lhe dou toda essa roupa que devo agora lavar você me dá outra vez bonecas para eu brincar. Eu lhe dou a pia cheia de pratos engordurados e você me dá em troca caxixis para eu brincar. Eu lhe dou esses transportes que sou obrigada a usar e você me dá de volta bicileta para eu montar. Eu lhe dou esses meus óculos que da cara já não tiro e você me dá de volta os meus olhos com o seu brilho Eu lhe dou as minhas pernas que já andam lentamente e você devolve em troca as grossas de antigamente. Eu lhe entrego os meus braços cansados de trabalhar você me dá os meus braços relaxados de folgar. Poema do livro - POESIA MABEL de Mabel Velloso Foto: Miriam Homem de Mello

  • Três poemas de Beatriz di Giorgi

    Ilustração - Alex Cerveny ANIVERSÁRIO Nasci em um domingo Tenho vontade de começar, sem paciência de terminar, Quero morrer de repente, Sem me saber doente, sem estar demente. Tampouco peço paciência comigo. Nasci em um domingo E apenas desejo ser amada. PARA O DIA RENASCER Ninguém entende porque eu repito alguns gestos. Ninguém percebe quando canto o meu canto mais triste. A nuvem cobre o céu. Entendo e dei um desconto. Escutei e o encanto se faz. Acordada dia a dia sonho essa história, Para eu renascer simplesmente. FEITIÇO Feito mania antecipo cenas que vivo. Feito castigo, geralmente, perco a surpresa. Feito menina evito, ao máximo, sofrer. No mais me aqueço nos mantras que invento, Em apelo à transcendência, Que venham novas provas, novas trovas, Que o vento traga boas novas. O livro 'Labirinto' conta com poemas de Beatriz di Giorgi e com ilustrações de Alex Cerveny. O livro está à venda em: http://www.laranjaoriginal.com.br/labirinto

  • A Flor Lilás: Poesia

    Há um aspecto fascinante na coletânea de poemas “A Flor Lilás”, de Filipe Moreau: a transparência do processo. Em seus versos variados, escritos ao longo de vinte anos, percebe-se alguns reaproveitamentos de certos “achados” poéticos. Isto é: há casos em que um “mesmo” poema aparece em duas ou três versões, chamando o leitor a participar de sua cristalização no papel impresso, como cúmplice. Se essa característica, juntamente com a diversidade de gêneros presentes – do haicai aos engenhosos jogos verbo-visuais que o autor chama de “concretudes”, passando por doublets, poemas de caráter epigramático e considerações em prosa “à maneira de embasamento teórico” – confere ao conjunto um ar experimental, há também versos que já nascem clássicos, tal a síntese poética, realçada pela vertiginosa musicalidade que dá o tom de todo o livro. Como estes: Houve alguns impactos Mas quase todos os cactos Chegaram intactos Como é próprio do selo Laranja Original, o livro também apresenta um elegante trabalho gráfico assinado por Yves Ribeiro, com belíssimas imagens das paisagens imaginárias criadas pela fotógrafa Miriam Homem de Mello. Filipe Moreau é escritor, músico, mestre em Letras e doutor em Arquitetura pela USP. Publicou poesia e prosa nas revistas Atlas, 34 Letras e Balaio, além de estudo acadêmico em Textos do Brasil. É autor de livros diversos como Poesia dos Bichos (2005) e Mitologia das Abelhas e Outros Contos (2013). AUTOR: Filipe Moreau FOTOS: Miriam Homem de Mello Clique aqui para comprar o livro 'A Flor Lilás'

bottom of page